domingo, 22 de fevereiro de 2015

Londres está faminta!

Imagine um mundo totalmente diferente do que vivemos, onde a sociedade foi devastada pela "Guerra dos Sessenta Minutos" e tudo as poucas cidades que restaram foram transformadas em imensos veículos chamados Cidades Tracionadas. Para sobreviver as cidades andam pelos continentes, explorando os recursos naturais e comendo umas às outras. Todo o aparato tecnológico anterior à Guerra foi perdido, exceto o Old-Tech, a tecnologia à vapor do século XIX.
E assim é o mundo em Mortal Engines, o primeiro volume de uma série de quatro livros (temos três já lançados no Brasil).
Esse livro é maravilhoso e conseguiu a proeza de ser o quarto melhor livro do ano de 2014 e a maior surpresa literária do ano. Comecei a ler sem nenhuma grande expectativa e o livro me saiu muito melhor que a encomenda.
O personagem principal do livro é Tom Natsworthy, um garoto que trabalha no Museu de Londres para a Guilda dos Historiadores. Londres é uma das maiores Cidades Tracionadas que ainda existem, se alimentando de cidades menores que encontram pelo caminho.
A vida de Tom vira de ponta cabeça quando ele salva seu ídolo, o Historiador-Chefe Thaddeus Valentine, de ser assassinado por uma adolescente de rosto desfigurado, Hester Shaw. Então, Tom descobre que nada era como imaginava quando é empurrado para fora de Londres por Valentine, no melhor estilo Jaime Lannister.
Tom sobrevive à queda e se une a Hester Shaw, que também fora empurrada, para voltar a Londres, agora motivado por novas descobertas sobre Valentine. Hester revela que o caçou por anos, pois Valentine matou sua família e arruinou seu rosto, e Tom a atrapalhou no auge da realização de seus planos.
Hester é de longe a melhor personagem do livro. Ela é arrogante, chata, de poucos amigos, mas também tem uma história de vida inspiradora, é sensível, instigante, corajosa e uma ótima pessoa para ser amigo.
Em Londres, Katherine, filha de Valentine e amiga recente de Tom, não acredita na história que o pai contou e começa a investigar o desaparecimento do menino por conta própria.
E assim segue Mortal Engines, um steampunk repleto de cenas de ação, aventura e surpresas no momento certo. Máquinas a vapor, dirigíveis e robôs dividem cenário com personagens maravilhosos! Um livro intenso e de tirar o fôlego que torna a leitura rápida e prazerosa. Isso nos faz sentir que o livro poderia muito bem ter mais 100 páginas que continuaria tão bom e intenso quanto é com suas 200 e poucas.
Recomendo para todos os que curtem boas aventuras teens e para os fãs do estilo steampunk. E sinto sinceramente que Mortal Engines tem todos os ingredientes para ser tão popular como Harry Potter ou Percy Jackson, daqui a uns 10 ou 15 anos. Tudo depende de nós, primeiros leitores da série no país. LEIA, RELEIA E DIVULGUE. Eu já estou fazendo minha parte!

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